Hoje o post será dedicado a um asssunto que pipocou loucamente nas redes esta semana: a declaração da jornalista Eliane sobre "o excesso de espaço" que Janja estaria ocupando. Para quem andou desligada do bafo, Eliane questionou por que motivo Janja estaria sentada ao lado de Lula, já que "ela não é presidente do PT" nem "é líder política". Por que tanto protagonismo, Dona Janja?
Claro, a senhora não leu o manual de boas maneiras da PRIMEIRA DAMA, by Jornalista Eliane.
Mas, cá entre nós, girls, o protagonismo feminino incomoda?
Primeiro, vamos falar sobre o termo "primeira dama": é importante destacar o fato de que não é um lance oficial, quer dizer, não é um cargo, nem é regulamentado ou tem efetivamente um manual de boas maneiras. O que é, então? Bom, nós o importamos lá dos EUA, onde ficou popular no século XIX, depois que Rutherford B. Hayes, o presidente, o usou para se referir à sua esposa, Lucy Webb Hayes. Os dois bonitos aqui embaixo. 👇
A fala de Eliane é um exemplo de como uma mulher pode reproduzir o machismo. Pois é, nós não estamos livres disso, companheiras. Nós crescemos dentro de uma sociedade com um machismo beeeeeem enraizadinho, beeeeem cultural. E aí a consequência disso é que o protagonismo de outra mulher pode incomodar.
E isso vai aparecer de diversas formas.
Algumas vezes, questiona-se a capacidade da mulher, sua formação, seu conhecimento, não raro até sua aparência (que também pode ser usada para desmoralizá-la) enfim, coloca-se em constante dúvida a legitimidade de ela ocupar determinada posição (de poder).
Tá, vai dizer que é papo militudo? Então pense em quantas vezes já ouviu aquela fofoca de que a mulher só é chefe porque teve um caso com o dono da empresa? Nós sabemos por que isso acontece, o protagonismo feminino incomoda.
No caso de Eliane, por exemplo, inquietou a bicha a ponto de ela precisar questionar publicamente o papel que Janja, enquanto primeira-dama, deveria desempenhar (isso de acordo com a ideia da dona jornalista, claro, sobre o comportamento adequado para a esposa de um presidente - ou talvez qualquer esposa?). E pior: ela faz isso usando de uma tática bem conhecida para gerar aquele sentimento de competição interno, a comparação.
Vou finalizar este post com uma reflexão, companheirada, porque refletir é preciso:
quantas vezes nós criticamos ou questionamos uma mulher baseadas apenas nesse incômodo?
Por mais feminista e desconstruidona que senhora seja, nós estamos sujeitas a isso, sabe? Crescemos aprendendo a nos comparar a outras mulheres de maneira bem cruel: mais bonitas, mais inteligentes, mais prendadas, mais isso, mais aquilo...
Por que simplesmente não admirar outras mulheres? Que bom que Janja tem protagonismo!
E, melhor ainda, se a gente passar a pensar coletivamente? Que bom que estamos tomando protagonismo!
Acho que esse é um bom começo.
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