Já ouviu falar em GASLIGHTING?

 

Você tem certeza. Aquela certeza verdadeira. Não há dúvidas. Você viu, você ouviu.

Mas aí seu parceiro diz que "Isso é coisa da sua cabeça", "você é doida", ele afirma. A pulga atrás da  orelha permanece e você tem a sensação de que está verdadeiramente enlouquecendo.

É claro que há uma pequena, ínfima chance de a senhora realmente não estar completamente sã.

Porém é muito mais provável que esteja sendo vítima de GASLIGHTING. 

Essa situação te pareceu familiar? Então, embarque neste carrossel para saber mais. 👇

Então, pergunta que não quer calar: O QUE É GASLIGHTING, afinal?

Bom, para explicar melhor, precisamos antes falar um pouquinho sobre cinema.

Calma, calma! Não se vá ainda! Prometo que o assunto é relevante, é sobre um filme bem específico.

Paula se casa com Gregory e eles passam a morar na casa que foi de uma falecida tia dela. Para encurtar a história, a trama gira em torno da manipulação da esposa pelo marido, fazendo com que ela acreditasse que estava alucinando quando dizia que as luzes à gás (gaslight) ficavam instáveis em um determinado período todas as noites. (SPOILER) Quando era ele próprio que criava a situação.

É extremamente perturbador ver o processo de distorção e maldade ao qual Paula é submetida por Gregory, principalmente porque ela começa a acreditar que realmente está ficando louca.

Ok, ok. Mas o que isso tem a ver com o nosso assunto? Talvez você esteja me questionando neste momento. Bom, para simplificar, o termo gaslighting tem tudo a ver com esse filme, cujo nome original, lembra aí, é Gaslight.

Vamos lá, nos tempos do epa, antes da querida eletricidade, havia um tipo de luz que era alimentada por gás, que é exatamente o que gaslight em inglês significa. Daí o filme faz toda uma metáfora entre luz e memória, a luz que falhava, assim como a memória da mocinha, o vilão que agia à meia-luz e coisa e tal. Mas nós vamos tratar do significado mais atual de gaslight, um significado que veio a partir da referência a esse filme.

No gaslighting, o manipulador distorce, omite ou cria informações, fazendo com que a vítima duvide de si mesma, de seus sentimentos, da sua capacidade e pode até a chegar a questionar a sua própria sanidade, como aconteceu com Paula, no filme.

Como é uma manipulação mais sutil, as pessoas têm dificuldade para perceber o gaslighting. A vítima acaba sofrendo um esgotamento psicológico, levando, com frequência, a uma depressão.

Lembrando: o abusador pode ser o marido, um familiar, o chefe, um amigo, enfim, apesar de acontecer principalmente em relacionamentos amorosos, não é um abuso limitado a eles.

E como identificar o gaslighting?

Como vimos, a coisa começa sutilmente, com pequenas acusações e manipulações para abalar a autoconfiança da vítima. Frases como “você está imaginando coisas”, “você está louca”, “você não sabe o que está falando” são muito comuns mesmo quando a situação, na verdade, é bem real, quando a vítima tem certeza de que está certa. 

Acontece que, ao longo do tempo, a vítima começa vagarosamente a acreditar mais no outro do que em si mesma, e se questiona o tempo todo: “Será que não estou sendo louca mesmo? Será que não estou exagerando?”

Referências:

https://azmina.com.br/reportagens/voce-nao-esta-louca-entenda-como-funciona-o-gaslighting/

https://claudia.abril.com.br/coluna/ana-claudia-paixao-hollywood-cinema-series/filme-a-meia-luz/