Mais um caso de jogador acusado de agressão sexual. Aliás, mais um caso de agressão sexual.
Esse tipo de notícia não é rara, principalmente para nós, brasileiras. Afinal, o estupro, no Brasil, tem raízes profundas na sociedade.
E quando se fala em "cultura do estupro", falamos mais que da reincidência desse crime no país, estamos falando de um sistema que culpabiliza vítimas e perdoa estupradores.
O papo é sério, companheirada, e aqui deixo uma reflexão.
Bom, a respeito do caso Daniel Alves, que está em toda a mídia. Vejam aqui alguns comentários, que retirei de páginas de notícias e redes sociais que informavam sobre o assunto:
Por que o primeiro ímpeto de muitas (diria até maioria) das pessoas é tentar, de algum modo, justificar a situação e até mesmo proteger o acusado?
Tendo em vista o histórico de estupros, agressões, feminicídios e todo tipo de violência contra o gênero feminino no Brasil (que chega a "ostentar" alguns recordes nesse contexto), não deveria ser bem o contrário?
Pela alta taxa de crimes de ódio contra mulheres, a sociedade não deveria, primeiro, ir em defesa da vítima, presumindo que ela é, afinal, mais uma vítima desse crime terrível e tão assustadoramente comum?
Até em casos em que há uma tímida culpabilização do sujeito do crime de agressão sexual ou violência contra a mulher, um comentário muito comum é: ele acabou com a vida/carreira dele.
Sério? E sobre o que ele fez com a vítima?
Ela quem foi violentada (muitas vezes, não apenas pelo agressor, mas pelas instituições, pela sociedade, pela mídia), questionada enquanto pessoa, apontada na rua, apontada nas redes, psicológico destruído... enfim. Ela é a vítima. Ela não teve opção.
O agressor sim.
E fica aqui a reflexão:
Em caso de dúvida, você prefere errar defendendo uma possível mentirosa ou um provável estuprador?
Sei lá, eu fico com a possível mentirosa.
Opinião assinada: Laís Rios
Fontes:
https://ge.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2023/01/21/mulher-que-acusa-daniel-alves-de-agressao-sexual-se-recusou-a-receber-indenizacao.ghtml
https://g1.globo.com/dia-das-mulheres/noticia/2022/03/07/brasil-teve-um-estupro-a-cada-10-minutos-e-um-feminicidio-a-cada-7-horas-em-2021.ghtml
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