Em 05 de junho deste mês, selecionamos o vídeo do líder indígena Ailton Krenak para veicular em nossas redes para marcar o Dia Mundial do Meio Ambiente com a intenção de apresentar uma outra perspectiva de desenvolvimento humano que não fosse o da mesma lógica capitalista de destruição. Nele, Krenak narra o seu primeiro contato com os Yanomani, um dos maiores povos indígenas relativamente isolados da América do Sul.
Essa fala veio carregada de sabedoria dos povos originários: “É verdade que tem muita gente lá fora?”- questionamento feito a Ailton pelo membro da comunidade indígena. “Como eles arrumam alimentos para todo mundo?”; e, na sequência, “E onde é que eles põem todo o lixo?”. Exatamente, o ambientalista soube como poucos responder e trazer os pontos-chave dessa reflexão. Eu, no entanto, não saberia responder sem envolver nesse enredo a estupidez humana, a ganância e a corrupção.
Assim, a lógica do pensamento dos povos da floresta garante as soluções para o equilíbrio do planeta e, por isso, é tão combatido e vem sendo massacrado pelos interesses do agronegócio, por madeireiros, por grileiros e todo tipo de oportunista que vê no saque ao meio ambiente uma forma de conquistar o lucro e o capital.
Por exemplo, vimos, esta semana, a renúncia do ministro do Meio Ambiente (MMA) Ricardo Salles - sendo ela uma manobra para escapar ao julgamento e possível prisão pelo STF - e, a nomeação de Joaquim Pereira Leite ao MMA (23/06). Fato que, na realidade, sustenta a política e agenda do atual governo, pois Leite foi conselheiro por mais de 20 anos da Sociedade Rural Brasileira (SRB), entidade que representa o setor agropecuário e apoia a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), mais conhecida como “Bancada Ruralista”, composta por mais de 200 deputados federais e senadores. Ele, também, foi produtor de café e diretor da Neobrax – empresa do ramo farmoquímico; portanto, sua formação não condiz com área ambiental. Apenas isso deveria ser motivo de reconhecimento de sua inaptidão para a pasta; contudo há algo ainda mais grave: a família do novo ministro disputa posse de terra indígena Jaraguá em Osasco, SP. São 532 hectares e neles moram 534 indígenas dos povos Guarani Mbya e Ñandeva.
Ainda sobre a semana histórica, observamos, apreensivos, no dia 22 de junho, durante o protesto indígena, a resistência policial violenta a esse ato de direito, que pregava contra a votação do Projeto de lei 490/2007 que dificulta a demarcação de terras indígenas. Com toda a repercussão e todos os cidadãos feridos no dia seguinte (23/06), assistimos à entrega de flores pelos indígenas aos policiais.
E, assim, temos acompanhado o levante da luta dos povos originários e a tentativa de seu extermínio orquestrado pela ação deliberada de um governo racista e, agora, comprovadamente corrupto.
Porém, o motivo desta matéria é para além da denúncia de todo retrocesso das políticas ambientalistas de nosso país: ela também se destina a dizer que em Minas Gerais a situação da luta dos povos originários também requer apoio e voz.
Convidamos você a colaborar para a reconstrução da Escola XuKurank e da Casa da Medicina Tradicional Xakriabá. Na madrugada do dia 25/06, a aldeia sofreu a perda dessas instituições após incêndio. Você pode fazê-lo por meio de doação, basta clicar na imagem a seguir e você será automaticamente direcionado à página oficial da Vakinha.
Resistência!
Bahia terra de côco e azeite de dendê
A água do côco é doce, eu também quero beber.
Bahia terra de côco e azeite de dendê
A água do côco é doce, eu também quero beber.
Vamos cantar, dançar o catimbó,
pra trazer o bolsonaro amarrado no cipó...
Vamos cantar, dançar o catimbó,
pra trazer o bolsonaro amarrado no cipó...
Fonte: https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=3184676941766225&id=100006718507827
Saiba mais em:
https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=f48HAu0bNPc#dialog
https://survivalbrasil.org/povos/yanomami
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